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Cemig volta a atender solicitações de usinas de energia solar

Concessionária retoma pedidos de interligação de rede após mobilização do setor fotovoltaico

Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) voltou a analisar os projetos de GD (geração distribuída) e os pareceres de acesso para projetos de energia solar.

A retomada das análises ocorreu em meio a uma série de reclamações de profissionais e empresas do setor fotovoltaico – que estavam tendo as solicitações de seus projetos suspensas pela concessionária sob a alegação de “saturação de rede”.

Ao longo das últimas semanas, a Cemig vinha alegando falta de capacidade de escoamento da energia em grande parte de suas subestações e que, por isso, uma série de pedidos estariam sendo suspensos por tempo indeterminado. 

A decisão gerou perturbações no setor de energia solar, sobretudo na região Norte do Estado, com centenas de empresas temendo pelo fechamento de seus negócios. Sem o andamento de seus projetos, grande parte dos integradores passaram a perder clientes e registrar prejuízos em larga escala, conforme noticiou o Canal Solar em outras reportagens recentes.

O problema gerado obrigou o Governo de Minas Gerais a se manifestar e emitir um comunicado sobre o assunto. No documento, o Estado também alegou que a Cemig não tinha capacidade de escoamento da energia em parte de suas subestações.

O governo local ressaltou também que a orientação para os integradores era acessar o “Mapa de Disponibilidade de Minigeração”, uma ferramenta criada para mostrar as áreas de maior e menor saturação de rede no Estado, enquanto as obras estruturantes de rede não ocorriam nas regiões mais afetadas.

De acordo com Bruno Catta Preta, diretor de relações institucionais da Genyx e coordenador estadual da ABSOLAR, a notícia do desbloqueio dos pareceres da Cemig traz alívio para o setor de energia solar. 

Segundo ele, foram dois meses de negociações com a concessionária e entidades do poder público estadual para que se chegasse a alguma solução. “Esta decisão vai impactar positivamente o mercado de energia solar e vai ajudar as pessoas que ansiavam pelo acesso à uma energia limpa, de instalação simples e barata”, pontuou. 

O executivo da Genyx e da ABSOLAR destacou ainda que o desbloqueio é um importante passo para que Minas Gerais possa lutar pela retomada da liderança nacional na geração solar distribuída, uma vez que o Estado perdeu o posto recentemente para São Paulo. 

O que diz a Cemig?

Canal Solar também entrou em contato com a Cemig para entender o que motivou a empresa a voltar a analisar os projetos de GD, uma vez que a concessionária havia informado que havia esgotamento de rede. Confira abaixo, na integra, o que respondeu a empresa:

“A Cemig esclarece que, em razão de restrições diagnosticadas em alguns pontos do sistema de transmissão (que contempla linhas e subestações com tensão igual ou superior a 230 kV, de propriedade de empresas transmissoras) para recebimento de novas unidades de geração de energia, seguindo a regulação vigente, suspendeu temporariamente a análise de pareceres nessas regiões enquanto consultava autoridades e entidades do setor elétrico.

Após discussões técnicas com estes, ficou decidido que os pedidos de orçamento de conexão serão reanalisados nos casos em que as restrições vierem a ser solucionadas no âmbito do Plano de Ampliações e Reforços da Transmissão (PAR) do ONS. Aqueles que tenham protocolado pedidos de orçamento de conexão com prazos suspensos serão formalmente notificados sobre a retomada da análise, em consonância com a regulação vigente.

A Cemig esclarece ainda que a Geração Distribuída (GD) de energia passa por um crescimento intenso em todo o país desde 2012, quando resolução normativa da Aneel sobre o tema passou a vigorar. Recentemente, em apenas três meses, chegaram a ser cadastrados nacionalmente uma quantidade de projetos de GD equivalente a duas Usinas de Itaipu.

Em 2022, a Cemig recebeu mais de 160 mil pedidos de acesso à rede, média diária superior a 444 pedidos. Esses pedidos significam mais energia adicionada ao sistema, o que demanda disponibilidade técnica não só nas instalações da Distribuição, mas de todo o Sistema Interligado Nacional (SNI).

Para a expansão do sistema e melhorias para clientes atendidos, a Cemig investiu R$ 7,2 bilhões em sua rede de distribuição de 2018 a 2022. Esses investimentos permitiram o maior volume de ligações de unidades de GD no país, tanto em número de instalações como em potência.

São mais de 2,5 GW conectados, com expectativa ultrapassar 6 GW até 2025. Para o período 2023/2027, serão investidos mais R$ 18,4 bilhões no sistema de distribuição. Existe, portanto, um planejamento integrado de expansão do sistema de distribuição de energia”. 

Fonte: Canal Solar